2010/09/28

velho

.
.
.
.
.
.

ele entrou na minha sala calmo, olhos entreabertos, com os braços erguidos e mãos abertas. olhei para a arma que aquecia na mão direita tremula. tentava impor palavras de ordem, e não conseguia entender o que ele falava. com esforço, consegui perceber o que ele falava lendo seus labios:
- velho, atira pra matar
minha vista começou a embaçar. na parede atras dele eu conseguia ver imagens de todas as pessoas que eu consegui fuder na vida. bando de otarios que se meteu no meu caminho, que soh fazia asneira e me fez perder tempo. ele continuava a falar em voz baixa.
- velho, atira pra matar
la fora, gritos desesperados. todos falam juntos, não consigo ouvir.
- velho, atira pra matar
valeu a pena fuder este bando de retardados. olha ai fora. quanta gente consegui juntar no meu castelo. tudo do bom e do melhor. os maiores me invejam.
- velho, atira pra matar
serah que mato esse merda. ele jah me encheu muito o saco. tah querendo cantar de galo. tah achando que vai mandar em mim.
- SEU FEDELHO DE MERDA. TU NÃO FAZ NADA. QUEM MANDA NESSA MERDA AQUI SOU EU.
- velho, tu jah era.

.
.
.
.
.
.