2007/07/29
2007/07/22
Supremacia humana
Est-il vrai que l'homme parviendra finalement à dominer l'univers entier, à l'excepcion de lui-même?
Lester Ward, "Dynamic Sociology"
Lester Ward, "Dynamic Sociology"
2007/07/15
OTÁRIO, APERTE O BOTÃO E AGUARDE
Se desenvolve em mim uma imensa inquietação com relação aos faróis de Porto Alegre com botão para a travessia de pedestres. Antes de discutir o problema dos botões preciso relembrar o significado daquelas faixas paralelas brancas compridas pintadas sobre o asfalto. As faixas de pedestre são lugares onde os pedestres tem a preferência de passagem. Para aqueles que já viveram em um país civilizado sabe-se que a simples aproximação do pedestre a faixa impõe ao motorista do carro que segue a mesma via a parada para permitir a passagem do pedestre. Nada tão simples quanto isso. Porém no Brasil esta faixa não tem significado nenhum e em alguns pontos de intenso transito de pedestres as operadoras de tráfego urbano se vem obrigadas a instalar equipamento para evitar atropelamentos. Porém, estas mesmas operadoras utilizam equipamentos que demonstram uma clara preferencia pelos motoristas, fazendo com que os botões de garantia da preferência ao pedestre pela travessia da faixa ocorra passados alguns minutos após o acionamento. Enquanto isso o pedestre pode: 1. esperar e se descobrir um otário por aceitar tal absurdo, 2. perder a paciência e tentar atravessar a faixa e correr risco de vida ou 3. desistir de usar as faixas de pedestres e tentar atravessar as vias em qualquer trecho, com ou sem faixa de pedestre, desrespeitar inclusive os faróis de trânsito e correr ainda mais risco (opção escolhida pela maioria).
Com isso surge um novo personagem: o pedestre kamikazi. Este indivíduo, desiludido pela negação ao seu direito de acesso as vias de trânsito, começa um ato revolucionário com o rompimento do contrato de respeito mútuo com entre o pedestre o motorista, formalizados nas leis de trânsito. Certamente com uma certa legitimidade, pois o mesmo contrato também já havia sido rompido pelos motoristas. No entanto, o pedestre não percebe a sua fragilidade e o risco que corre ao atravessar a pista em locais impróprios. Também não percebe que ao colocar a sua vida risco, empurra o dedo do motorista no gatilho em sua arma automotiva e assim torna culpado o motorista por algo que se confunde entre um assassinato e um suicídio.
Com isso surge um novo personagem: o pedestre kamikazi. Este indivíduo, desiludido pela negação ao seu direito de acesso as vias de trânsito, começa um ato revolucionário com o rompimento do contrato de respeito mútuo com entre o pedestre o motorista, formalizados nas leis de trânsito. Certamente com uma certa legitimidade, pois o mesmo contrato também já havia sido rompido pelos motoristas. No entanto, o pedestre não percebe a sua fragilidade e o risco que corre ao atravessar a pista em locais impróprios. Também não percebe que ao colocar a sua vida risco, empurra o dedo do motorista no gatilho em sua arma automotiva e assim torna culpado o motorista por algo que se confunde entre um assassinato e um suicídio.
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